Um homem de 45 anos foi salvo pelos latidos de um cachorro após cair em um poço de oito metros de profundidade em Jacareí, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Negão, o cão vira-lata do lavrador Ricardo de Almeida, ficou parado em um lugar que aparentemente não tinha ninguém e começou a latir sem parar. Ricardo chamou o cão, mas ele insistiu em não obedecer. Até que, graças à insistência do animal, o dono se aproximou e escutou um grito que vinha de um poço.
"Olha o cão da telenovela"
“As pessoas já começam a saber o que é o cão-guia, mas ainda há bastante desconhecimento e, por vezes, até incompreensão por entrarmos com um animal num dado espaço”, refere a Marta, explicando que os cães-guia, como acompanhantes de deficientes visuais, têm direito a aceder aos locais, transportes e estabelecimentos públicos. Um dos locais em que os educadores da IPSS, única entidade no país a formar cães-guia, sentiram maior resistência à entrada destes cães foi o Mercado D. Pedro V, ao ponto de as autoridades terem sido chamadas a intervir. “No início foi difícil, mas agora as vendedoras já nos toleram. Além disso, como o ambiente é complicado (tem muita gente, ruído e cheiros variados), eles próprios tentam fugir pelo percurso mais fácil, menos congestionado”, conta a ex-professora. “Se ainda hoje é complicado entrar em alguns sítios, imagine como era na altura”, desabafa.
Para esta mudança de mentalidade, afirmam, contribuiu mais recentemente a telenovela brasileira “América”, que aborda com sensibilidade o problema da cegueira e do cão-guia com a dupla Jotobar e Quartis. “As pessoas estão mais receptivas e parecem perceber melhor o que é o cão-guia. Às vezes, vamos na rua e dizem, apontando: ‘olha o cão da telenovela’. Ela está de facto a facilitar bastante o nosso trabalho e creio que no Brasil também vai ajudar bastante a escola de cães-guia que está a arrancar agora”. “A abordagem que se faz a esta problemática faz toda a diferença”, garante Sabina, dando como exemplo uma novela portuguesa que tinha como personagem principal uma deficiente visual. “A certa altura retrataram o cão-guia como um animal agressivo, o que é completamente impossível. Porque para este tipo de trabalho são escolhidas as melhores linhagens, que nos garantem determinadas características de temperamento, e passam sempre por um grande processo de socialização. Foi uma batalha, porque podíamos ter tido problemas por causa daquela imagem que estavam a transmitir”, diz num tom que denota ainda alguma revolta.
A entrada de um cão numa casa implica sempre mudanças nas rotinas. No entanto as queixas frequentes de que os animais são agressivos ou hiperactivos têm como causa comum «o vínculo disfuncional do cão à família».
Por outro lado, a conduta dos cães não é igual entre raças, nem sequer dentro da mesma raça, em que há animais a seguir um padrão de comportamento, mas outros a agirem em função do modo como são tratados pelos donos.
Por esta razão, importa escolher o cão que mais se adequa ao tipo de casa e à rotina de quem lá mora.
«Cada cão tem a sua personalidade e as suas necessidades, que devem ser entendidas e respeitadas» , afirma a treinadora Sara Vieira, antecipando os casos em que os animais são vistos como «uma peça de mobília» e acabam por se tornar «incómodos».
A disponibilidade de tempo para acompanhar as diferentes fases da vida do animal e alguma capacidade económica - «a alimentação e os cuidados de saúde são dispendiosos»- são os factores que mais devem pesar no momento de tomar uma decisão.
Na fase de selecção, o cão não deve ser escolhido pelas preferências estéticas dos candidatos a donos. «A maior parte das pessoas prefere comprar um cachorro, querido e fofinho, quando um cão adulto implica menos cuidados e tem uma maior capacidade de adaptação».
A necessidade de exercício físico deve ser tida em conta, até porque uma das idas à rua «deve ser mais prolongada para exercitar o animal, que precisa de sentir novos cheiros e habituar-se ao convívio com outros cães».
Mesmo para quem cuide do animal com rigor, pode vir a ter em casa um cão com o qual é difícil comunicar. O treino é, portanto, uma opção quando se pretende, por exemplo, que o cão fique sem ladrar em casa, após a saída do dono para o trabalho.
Para ajudar à escolha, o SOL propõe raças para diferentes estilos de vida, em casas com ou sem crianças.
Casal com crianças O boxer ou o pug são cães fiéis e dóceis, que reagem bem às brincadeiras de crianças
Os boxer precisam de bastante exercício físico e companhia. São excelentes guardas de crianças, mas também bons amigos de brincadeiras, em especial se os mais novos gostarem de correr e saltar. Os pug são uma óptima opção para apartamentos pequenos. Exigem menos exercício físico do que os boxer e dão-se igualmente bem com crianças. As duas raças são apenas dois exemplos de um animal apropriado para um casal novo com filhos.
Se a escolha for para outra raça, a maior parte dos cães gosta das brincadeiras das crianças, «desde que não incluam puxar as orelhas ou o rabo».
Orelhas e rabos pequenos devem ser, portanto, dois requisitos a ter em conta. «Em casa, por mais confiança que se tenha no cão, nunca se deve deixar a criança com ele sem supervisão. Pela salvaguarda dos dois».
Casal sem filhos O buldogue inglês e o pastor alemão fazem muita companhia. A escolha entre os dois deve ser pensada em função do exercício físico
O pastor alemão é um animal obediente, leal e afectuoso, características que fazem dele um bom cão de guarda. Precisa de muito exercício, sendo ideal para um casal jovem e activo que goste de actividades ao ar livre.
Já o buldogue inglês precisa de menos espaço e menos exercício. Basta ser passeado algumas vezes por dia, ao seu ritmo. Adequa-se a pessoas com um estilo de vida mais caseiro; é um cão sossegado e, como o seu pêlo é curto, não suja muito a casa.
Outra boa escolha para um casal sem filhos, ou para quase todos os estilos de vida, são os rafeiros - têm uma capacidade de adaptação superior à dos outros animais.
Família numerosa Schnauzer gigante e Grand Danois são dois cães de grande porte e com bastante resistência física
Dócil e equilibrado são das principais características do grand danois, recomendado como um dos melhores cães de guarda. Bastante afável e brincalhão com as crianças, é causador de pequenos acidentes quando se esquece do seu tamanho e da sua força.
O schnauzer gigante é, acima de tudo, um cão de guarda, inteligente e dedicado aos donos.
No entanto, para uma família numerosa, mais importante do que a escolha da raça, é o facto de todos concordarem com a presença do animal e do que isso implica. «Os cães são extremamente sensíveis e sentem quando não são desejados, o que numa casa com muitas pessoas pode acontecer».
Reformados O yorkshire-terrier tem um temperamento carinhoso e afável, o que o torna um excelente companheiro.
Se o dono é reformado ou idoso deve escolher um cão pequeno, de forma a que os passeios ou os banhos não se tornem cansativos. Daí que o yorkshire-terrier tenha o tamanho ideal.
Afectuoso e bom companheiro, é também um bom cão de alerta, que dá sinal ao menor ruído - o que para muitos idosos, pelo medo de viverem sozinhos, pode ser uma mais-valia.
Outra opção para pessoas mais velhas e que gostam de cães maiores é a de contratarem serviços para os trabalhos mais pesados - os cuidados de higiene e de saúde (como as idas ao veterinário) ou os grandes passeios.
Lagos quer sensibilizar para adopção de animais domésticos.
Lagos assinou um protocolo com a Associação Cadela Carlota & Companhia, com o fim de promover uma campanha de sensibilização para a adopção de animais do Canil/Gatil Municipal.
O protocolo, assinado a 30 de Janeiro, entre o Município de Lagos e a Associação Cadela Carlota & Companhia (ACCC), prevê a cooperação para a implementação de um projecto de divulgação e sensibilização para adopção de animais domésticos existentes no Canil/Gatil de Lagos.
Na ocasião, António Marreiros, vereador com o pelouro do Serviço de Veterinário Municipal afirmou que “a partir deste dia, todos os cães que forem encaminhados para a ala nova do Canil não poderão ser abatidos”.
O autarca anunciou ainda que será eleito “o cão da semana, que estará publicitado no site do canil, e quem o quiser adoptar, não pagará nada”.
O Canil/Gatil Municipal de Lagos é um centro de recolha e alojamento provisório para cães e gatos. Tem capacidade para albergar 40 cães e 6 gatos e conta, neste momento, com cerca de 30 cães.
O espaço está aberto de segunda a sexta-feira, entre as 08h30 e as 12h00 e das 13h00 às 16h00. As instalações ficam nos terrenos dos viveiros municipais, perto do Moinho do Azeite.
Para saber mais visite o site do Município de Lagoa ou o site da Associação Cadela Carlota & Companhia.